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Um pouco sobre mim

“Palavra, pensamento e atitude em comunhão…” Forfun, 2011.

     Tenho esse trecho marcado em mim, literalmente, pois gosto de lembrar que quanto mais minhas palavras se alinham às minhas ações, mais meus pensamentos e sentimentos encontram coerência. Sou muitas, mas só eu posso ser verdadeiramente eu. 

 

     E talvez o primeiro lugar, depois da infância, em que pude experimentar a liberdade de ser eu mesma, sem máscaras, tenha sido no espaço que a psicoterapia me ofereceu. Um lugar de escuta, presença e aceitação, onde pude descobrir partes de mim que ainda não tinham sido vistas e acolhidas.

Psicóloga Jaqueline Rapachi em seu consultório.

“O importante é ser você, mesmo que seja estranho, seja você…” Pitty, 2003.

Jaqueline psicóloga sorrindo e trabalhando em sua mesa com seus gatos, transmitindo acolhimento na terapia online.

  A infância, quando segura e acolhedora, é o primeiro lugar em que experimentamos a possibilidade de ser nós mesmos, onde pudemos nos sentir autênticos, explorando quem éramos sem medo de rejeição. Por isso que na vida adulta a psicoterapia é um espaço de liberdade emocional e autêntica expressão, quase como uma extensão da segurança da infância. 

 

     E é nisso que eu acredito, é essa a minha luta: de você, criança, adolescente, jovem ou adulto, (re)encontrar a sua própria essência, o seu verdadeiro eu e se orgulhar disso, independente do que já te disseram ou do que já fizeram você acreditar, afinal de contas, só você sabe por onde seus sapatos já pisaram, ou seja, só você sabe de você.

     Dito tudo isso, vamos a algumas informações básicas sobre mim, o ser humano que há por trás da profissional: meu nome é Jaqueline Isabel de Andrade Rapachi, nasci em 20/12/1993 em Sapucaia do Sul/RS, mas me criei na cidade de Canoas/RS no bairro Mathias Velho (sim, eu falo bastante Bah, tu e adoro tomar chimarrão). 

 

     Em 2016 ganhei uma bolsa integral pelo ProUni (Programa Universidade para Todos) para estudar Psicologia na Universidade de Caxias do Sul, campus Bento Gonçalves/RS. E para isso acontecer, eu precisei sair de casa e me mudar para a tal serra gaúcha, se eu realmente quisesse fazer a faculdade. E eu queria. Muito. Como nunca havia querido algo antes. 

Jaqueline psicóloga lendo o livro O Pequeno Príncipe, em um momento de reflexão e busca por autoconhecimento.

Minha trajetória até a psicologia

   Ao todo foram quase 9 anos morando em Bento Gonçalves. Próximo do fim do ano de 2020 e ainda vivendo em meio a pandemia de Covid-19, comecei a me aproximar da psicologia (antes eu trabalhava no comércio e como customer success de um sistema de ERP) através do setor de assistência social da cidade de Bento e trabalhei durante 1 mês no abrigo infantil da cidade. 

 

     Aqui, foi onde eu comecei a pensar na possibilidade de trabalhar com o público infantojuvenil, mas ainda era tudo muito incerto. Após essa breve experiência no abrigo, trabalhei 6 meses no Cadastro Único em um dos CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) da cidade e tive contato com a população mais vulnerável e necessitada. Eu fazia os cadastros das famílias e durante o processo, conhecia um pouco mais da realidade das pessoas e sentia cada vez mais a proximidade e interesse pelas questões sociais, pelos conflitos e adoecimentos gerados pela desigualdade social.

“O hoje é real, é a realidade que você pode interferir, as oportunidades de mudança tá no presente, não espere o futuro mudar sua vida porque o futuro será a consequência do presente…” Racionais MC’S 2002

    E devagar fui reconhecendo o meu lugar nessa sociedade, me apropriando do conhecimento e das práticas ao longo das experiências e desejando algo muito ambicioso: fazer a diferença na vida de quem sofre. 

 

  Até que em outubro de 2021, iniciei a vivência mais transformadora, até então, da minha vida: ser educadora social do Programa AABB Comunidade, um dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da cidade de Bento Gonçalves. Durante quase 4 anos eu fui a Prof Jaque e me aproximei de crianças e adolescentes que fazem parte daquela cidade e que passam despercebidos pela maioria. 

 

   Então, durante o tempo em que estive exercendo essa função, tentei enxergar cada criança e cada adolescente com todo o respeito que merecem, tentei compreendê-los e não os julgar, tentei acolher, abraçar, ouvir, prestar atenção e desenvolver atividades que os fizessem gostar de estar ali, naquele lugar. 

     Sim, eu acredito que ensinei muitas coisas úteis e importantes a cada um, mas, ao mesmo tempo, em que eu ensinava, eu aprendia coisas valiosas e únicas com eles, coisas que não cabem no bolso ou na mochila, coisas que eu levo dentro de mim e algumas dentro da caixa que fiz para guardar as cartinhas, desenhos e presentes. 

  Foram quase 4 anos de muitas atividades pensadas com carinho, com propósito, com objetivo, para que eles se sentissem um pouco melhores, um pouco mais vivos, com autonomia, criatividade e respeito a si e ao próximo. Inclusive, fica aqui um convite para você ver um dos projetos que realizei na época com a equipe dos adolescentes.

 

    Foi durante essa significativa experiência que fui, dia após dia, percebendo que era com estes que eu gostaria de trabalhar, que era sobre essas temáticas que eu gostaria de me aprofundar e foi assim que, quando me formei na faculdade, no final de 2023, eu meio que já sabia que a minha clínica seria, principalmente, a infantojuvenil juntamente com o viés psicanalítico e a psicologia social.

O que me move na clínca

    No início do segundo semestre de 2024, eu continuei estudando e encontrei a especialização do pessoal do CENAT sobre comportamento autolesivo, suicídio e luto. Portanto, iniciei essa pós-graduação ainda trabalhando como educadora e começando a trabalhar, oficialmente, como psicóloga. Eu decidi me aprofundar nesses temas, principalmente, porque ainda são considerados tabus e eu adoro tabus para quebrá-los.

 

  Assim, ter a experiência da AABB com os jovens + minhas próprias vivências pessoais + nossa atual sociedade foi a equação que utilizei como base para a escolha da especialização do CENAT. Enquanto eu for uma profissional da área da saúde mental, irei lutar por uma educação para a morte, longe de romantizar ou idealizar, mas acredito na premissa de que falar, por si só, já é terapêutico. 

   Portanto, é urgente termos profissionais não apenas capacitados, mas com coragem de fazer e falar o que é certo para além de elogios, depoimentos superficiais, likes, compartilhamentos, visualizações e respostas prontas. E eu me identifico como alguém que vai além do diploma, eu busco me infiltrar nas profundezas do que é ser humano, seja enquanto infante, puber ou já na forma adulta. 

     Então, no início do ano de 2025, comecei a me preparar para me desligar do cargo de educadora social — um processo vivido com muita gratidão por tudo o que as pessoas daquele espaço me ensinaram. Em abril de 2025, essa despedida se concretizou. E, em julho, voltei para Canoas, reencontrando minhas raízes e iniciando uma nova etapa da minha caminhada: dedicar-me integralmente à clínica psicológica, agora com mais maturidade, presença e propósito.

       De forma muito, mas muito resumida, tentei descrever um pouco sobre mim mesma e minha trajetória profissional, pelo menos até o momento. Atualmente minha clínica é atravessada pela psicanálise, pela psicologia social e pela suicidologia crítica, e utilizo como referência os trabalhos de Sigmund Freud, Donald Winnicott, Sandor Ferenczi, Karina Fukumitsu, Thiago Bloss e Felipe de Baére, principalmente.

“Eu estava no inferno (…) e fiz uma promessa: quando eu saísse, eu iria voltar e tirar os outros dali”.

   Quem disse isso foi a psicóloga americana Marsha Linehan, mas poderia muito bem ter sido eu. Assim, finalizo essa breve apresentação com um largo sorriso no rosto e um desejo contínuo de seguir olhando para o que ninguém olha.

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